Vai um quibe aí? De tão apreciado no Brasil, o quibe já se tornou um dos pratos mais conhecidos da culinária brasileira. Em bares, lanchonetes ou bandejas de salgados de festas de aniversário, a presença do quibe em terras tupininquins é tão comum que muitas vezes se esquece que este salgado de carne e trigo tem origem árabe e que só chegou aqui por contribuição dos imigrantes sírio-libaneses.
Frito, assado ou cru, o quibe é preparado com carne moída, trigo e temperos como cebola, hortelã e pimenta. Tradicionalmente, utiliza-se a carne de carneiro, muito consumida nos países árabes. No Brasil, entretanto, o prato foi adaptado com a carne de boi, que é mais abundante.
O nome quibe tem origem na palavra árabe “kubbeh”, que significa “bola”. Por aqui, as versões mais apreciadas do quibe são a frita, em formato cilíndrico, e a assada, geralmente disposta em uma assadeira – o “quibe de bandeja”.
O quibe frito, o mais popular no Brasil, é preparado com trigo de quibe e recheada com a carne. Dizem os mais experientes que as melhores carnes para o prato são a alcatra, o patinho e o contrafilé, pois têm pouca gordura ou nervo. Quando cru, o quibe é servido com cebola, hortelã e muito azeite por cima.
Em um livro sobre a imigração sírio-libanesa na cidade de Ilhéus (BA) – “O Quibe no Tabuleiro da Baiana” (Editus, 2006) -, a autora, Maria Luiza Silva Santos, conta como o quibe acabou ganhando identidade brasileira quando a baiana colocou mais carne e mais pimenta no quibe. Ela também relata, através do depoimento de imigrantes de origem sírio-libanesa, como os brasileiros estranham quando se deparam com a receita tradicional.
“As pessoas me perguntam por que meu quibe é diferente. Explico que faço como minha avó fazia. Às vezes o pessoal aqui inventa de botar tomate e pimentão. O quibe não leva isso. Ela fazia assim: se a carne fosse magra, botava um pouquinho de limão. Passava a carne para moer, botava o trigo de molho, depois de bem lavado, juntava com a carne e botava o sal, pimenta do reino e cebola ralada, só isso. Com carne de boi ficava bom, mas com carneiro, melhor ainda”, diz D. Lourdes Hage, uma das imigrantes sírio-libanesas presentes no livro.
Outra imigrante, a Sra. Clara Fadoul, conta que o quibe é que faz reconhecer no Brasil um sírio ou libanês “a metros de distância”, uma vez que, em outros países do Oriente Médio, como a Jordânia, não se tem o costume de preparar quibes.
Uma curiosidade é que, em Ilhéus, ficou conhecido pelo seu quibe o Bar Vesúvio, por causa da novela da Globo Gabriela Cravo e Canela, de 1975, baseado no livro homônimo de Jorge Amado. Na ficção, o bar era dirigido pelo “turco” Nacib, que com a ajuda de Gabriela, servia o salgado a seus ilustres frequentadores.
Na verdade, o Bar Vesúvio foi fundado em 1919 por dois italianos, Nicolau Carichio e Vicente Queverini, e administrado por sucessivos proprietários de diversas nacionalidades. Mas até hoje, o bar é frequentado por pessoas em busca de referências à novela. E de fato encontram, por lá, diversas fotografias da produção televisiva e, no cardápio, pratos árabes batizados com o nome dos personagens. O local virou ponto turístico da cidade e, em 2001, tornou-se patrimônio histórico tombado pela Prefeitura Municipal de Ilhéus. Confira abaixo a receita do quibe do Bar Vesúvio. Fonte: Geonauta #quibedeforno #quibe #quiberecheado #kibe #kibedeforno 🌮🌮🌮 @donamanteiga #donamanteiga #danusapenna #amanteigadas #gastronomia #food #sp #bolos #torta #pie #auladeculinaria http://donamanteiga.com.br/quibe-um-prato-arabe-com-tempero-brasileiro/