Clafoutis: O prato é originário da região de Limousin e é feito tradicionalmente com cerejas pretas. Porém, existem inúmeras variações usando outras frutas, como cerejas vermelhas, morangos, ameixas, maçãs, peras, cranberries ou amoras. Quando outros tipos de frutas são usadas no lugar das cerejas, o doce é então chamado de Flaugnarde.
O nome clafoutis deriva de l’occitan clafotís, do verbo clafir, que significa “encher”(a massa com cerejas). De origem incerta, aparentemente a receita surgiu e se espalhou por toda a França durante o século IX.
Essa receita tomei conhecimento, ainda livreira, quando testava receitas de livros para outro blog que eu contribuía: Os Espanadores. Meu trabalho era pegar uma receita, testar e ás vezes falava com editores. Me caiu nas mãos o excelente A Cozinha das Escritoras. Eu e Vanessa de Farias, minha fotografa na época, escolhíamos juntas. Lá fomos fazer o clássico Clafoutis de Cereja da Simone de Bevouir. Foi um delicia pegar louça da época, pedir cigarro da Cida Saldanha (livreira famosa) para fazer uma Simone crível, xícaras com ar de Boulevard e as cerejas. Oh trabalhão que deu para achar. Mas o resultado final… Encheu os olhos e o estômago. Receita simples, bem ao estilo camponês. Diga-se de passagem camponês. francês. Caindo de chique!!! Ai me encantei por esse “pudim” simples cheio de frutas.
Semana passada, fui dar aula para 14 meninas! 2 risotos e o Clafoutis só que de pera! As meninas no começo descrentes, duvidosas. Não entenderam muito bem o proposito. Peras cortadas já em fatias em formas de louça já untadas. Enquanto falava e punha os ingredientes já medidos, elas olhavam curiosas. 40 minutos depois, lindo e quente. Coloquei açúcar de confeiteiro. Acharam bonito. Depois de comerem só escutava: “É fácil, bem como eu gosto. Vou fazer.”O serviço de quem ensina a cozinhar não é simplesmente ensinar o dia a dia que também é importante. Alias muito importante. Mas também ensina a história da comida. O por que daquilo. O aprendizado também perpetua a comida!